A advocacia, por ser uma das profissões mais antigas do mundo, provavelmente iniciada na Suméria há três milênios antes de Cristo, faz parte de grandes acontecimentos históricos da nossa sociedade. Desse modo, a lista de advogados renomados é vasta, desde Cícero (Roma antiga) até Rui Barbosa (no Brasil).
Advogados sempre foram grandes pensadores. Hodiernamente, pensam como aplicar a tecnologia no direito. Assim, o tema da moda, Disrupção Jurídica (quebra de um curso normal de um processo, Dicionário Michaelis), veio para ficar.
Anos atrás, o advogado atendia o cliente, distribuía uma ação e, vez ou outra, visitava o balcão do Fórum para verificar o andamento processual; precisava da força do xerox, do fac-símile e protocolava no setor de protocolos. Tudo isso usando calendário e caneta.
Com o passar dos anos, o Direito e a Advocacia têm percorrido um caminho de mudança. Além das atualizações legislativas, principalmente em leis ordinárias, houve também muito avanço tecnológico. Os Tribunais, a cada dia, lançam novas ferramentas para gerir seus processos e atender a demanda.
Afinal, também os clientes dos escritórios de advocacia estão mais exigentes e conhecedores do Direito. Utilizam tecnologia de ponta para demandar os escritórios e avaliá-los. Os clientes entendem e exigem uma gestão estratégica do negócio jurídico com foco nas batalhas judiciais e na diminuição do impacto financeiro da sua carteira passiva ou na recuperação de crédito.
A Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Nanotecnologia, Robótica, Big Data e Blockchain, dentre outras, passaram a ser o significado de tecnologia. À vista disso, hoje em dia, a tecnologia é associada a aparelhos inteligentes, rápidos, eficientes e com margem de erro reduzida.
Cada vez mais os advogados e as bancas de advocacia investem em tecnologia, seja em lawtechs ou legatechs.
O tema aqui exposto corrói alguns neurônios mais rabujas, entretanto, é um caminho sem volta. Como dizia Alan Kay: “a tecnologia só é tecnologia para quem nasceu antes dela”.
A Inteligência Artificial existente atua praticamente como um auxiliar do advogado, responde perguntas jurídicas e é fonte de pesquisa como uma biblioteca virtual. Ela é capaz de entender o significado de leis e decisões judiciais, podendo inclusive indicar informações e soluções. Existe no mercado Inteligência Artificial que interpreta Ata de Audiência e Publicações, bem como sugere itens para compor a rol de documentos para apresentação de defesa.
A tecnologia não acabará com os advogados. Não é o fim da advocacia. A inteligência artificial eliminará tarefas repetidas, burocráticas e, além disso, oferecera-nos respostas fáceis e até complexas. Entretanto, como o próprio nome diz; ela é artificial. Não possui traquejo. Não possui sabedoria.
Não obstante a inteligência artificial responder questões jurídicas e interpretar a lei e documentos, somente os Advogados Pensadores conseguirão interpretar sem margem de erro. Além disso, os Advogados Pensadores oferecerão soluções inovadoras para os clientes, para o judiciário e para a própria advocacia. Advogados Pensadores sempre foram e sempre serão os intérpretes das necessidades dos clientes e continuarão fazendo parte de grandes acontecimentos históricos da nossa sociedade.
Importante ressaltar que as grandes empresas de tecnologia procuram incansavelmente funcionários com características para trabalhar em grupo e com inteligência emocional apurada. Essas empresas não procuram inteligência artificial.
Advogados Pensadores contam com alma e consciência, algo que a inteligência artificial jamais poderá adquirir - perfeita e plenamente - como nós.
Andre Alves de Lima Bueno
albueno@jbmlaw.com.br